Não ferra, memória afetiva!

Já tem um tempão que não apareço por aqui. Tanto que já estamos em 2024! (Fogos)

Há algumas semanas eu vinha pensando em escrever algo. Tenho pensado em escrever sem publicar, como tenho feito em meus cadernos e bloco de notas do smartphone, mas, é diferente quanto a gente compartilha nossos sentimentos e pensamentos. Apesar de que eu acho que ninguém mais lê o que eu escrevo aqui no Blog.

As Redes Sociais, na atual versão de consumo, se tornaram algo tão raso e vazio. Parece que ninguém vem mais aqui para consumir um conteúdo que seja capaz de agregar para seu desenvolvimento pessoal, que seja capaz de transformar suas vidas de alguma forma. E eu sou das antigas. Sou de quando a gente passava mais tempo off-line do que on-line. E olha que eu nem sou tão velho assim.

Dia desses eu mandei mensagem pra dois amigos com quem não converso há tempos. Falei com eles que estava com saudade, mas que esse meu distanciamento não é necessariamente das pessoas, mas das redes sociais. E como a gente mantém mais contato com as pessoas pelas redes sociais, se a gente quiser se afastar das redes sociais, consequentemente, acaba se afastando também das pessoas.

Nossa memória afetiva também é capaz de ferrar com nosso psicológico, né? Porque faz parecer que, antigamente, no tempo do Orkut e do MSN, tudo era maravilhoso, a vida era melhor de ser vivida. Quando, na verdade, foi exatamente nesse tempo que eu tinha entrado em uma depressão fodida, e já não queria frequentar o Coleginho da Baixada Fluminense (Duque de Caxias) cheio de adolescentes esnobes que pensavam morar na Zona Sul do Rio e pertencer à nata da alta sociedade.

Nesse tempo, eu sofria fortemente por amor, porque me apaixonei pelo meu melhor amigo (um amor não correspondido, que me deixava confuso) e minha família ficava me vigiando, sem dizer exatamente com o que se preocupavam, sem me chamar pra conversar, mas falavam entre si sobre minha vida. Era como um enorme elefante branco no meio da sala.

Nesse tempo eu era alvo de deboche até na Igreja, uma vez que decidi me apegar à religião pra tentar encontrar saída para os dilemas que enfrentava sozinho, no meu coração e na minha mente.

Eu usava as roupas de segunda mão de meu irmão mais velho, porque meu pai não tinha muitas condições de comprar roupas novas pra mim (e, se tinha, não compreendia a importância disso no contexto da selva que é a adolescência [prefiro acreditar que ele não tinha condições]). Ou, posso me apegar ao fato de que eu estava extremamente acima do peso nesse tempo, e era dificílimo encontrar roupas legais para mim, por isso eu usava as roupas que meu irmão mais velho não queria mais.

Só sei que as coisas, hoje em dia, são sim diferentes, mas não são piores, nem melhores (no quesito sociedade). Acho que os problemas são outros, mas o ser humano continua se alienando. Antes, era por meio de novelas, programas de fofoca, revistas semanais. Hoje em dia, a gente se aliena na frente do smartphone, como zumbis (ou você pode escolher a figura com menos capacidade de raciocínio próprio).

Eu nunca fui de ficar extremamente ligado no noticiário, ou de dar muitos ouvidos a todas as teorias de conspiração. Eu era o menino que desenhava, escrevia histórias de fantasia e compunha músicas durante as aulas de Biologia. Mas, também nunca fui alguém que simplesmente liga o piloto automático e deixa a vida levar pra onde ela quiser. Isso eu já posso ter vivido quando experimenteis meus fundos de poço, mas não acredito que seja esse o tipo de vida ideal pra gente.

É muito importante pensar no que estamos fazendo da nossa vida, qual o diferencial fazemos na vida das outras pessoas e da sociedade em geral.

Nosso tempo aqui é limitado, mas não podemos apenas continuar contando dias, como se esperássemos pelo último deles. Até o dia de hoje, usufruímos de frutos do trabalho de outras pessoas. Pessoas que se importaram em deixar algo bom aqui. O que temos deixado para as futuras gerações? Ou estamos apenas nos distraindo da vida?

Isso aqui era pra ser só um texto sobre qualquer coisa, mas virou um textinho filosófico.

Por hoje é só.

Douglas ;)

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