Imagine! Um homenzarrão na sala de projeção escura, reclamando sozinho das mães que insistiam em levar crianças para ficarem chorando durante o filme. Que absurdo!
A questão aqui é: Eu sou do tempo em que os desenhos animados relatavam príncipes em busca de princesas que seriam o eterno amor de suas vidas. Criadas que, com muita sorte, ascendiam socialmente e bastava chorar em desespero para serem consoladas por suas fadas madrinhas.
Sou do tempo em que as personagens se conheciam, se apaixonavam à primeira vista e já sabiam que passariam o resto de seus dias ao lado de alguém (e que, assim, seriam FELIZES PARA SEMPRE).
Lamento informar, mas nada disso é verdade.
Nem mesmo os contos de fadas são tão belos quanto nas versões de Walt Disney. Acredite! O caçador não chegou a tempo de salvar a Chapeuzinho, nenhum beijo de amor trouxe alguém de volta à vida, nenhum príncipe salvou alguém de um sono de cem anos (apesar de muita gente por aí jurar que, se o desafio fosse dormir, o faria tranquilamente até por mais tempo).
As versões originais são completamente sombrias (

Feliz mesmo deve ser essa geração que cresceu imersa na filosofia de que a princesa virou ogro, se salvou sozinha da torre e não espera absolutamente nada da fada madrinha, uma megera egocêntrica. Contudo, não vamos desanimar totalmente, ok? A vida pode, sim, imitar os contos de fadas. Eles realmente podem acontecer. Talvez, estejamos apenas esperando viver a versão errada.