Sobre o sábado e meu direito de existir

Hoje é sábado.

Acordei, tomei meu banho, arrumei meu quarto e comi alguma coisa. Grelhei umas iscas de peito de frango e comi uma laranja.

Assisti ao "É de casa" que, por sinal, está muito bom com os apresentadores atuais (o que não inclui a forçada da Patrícia Poeta) e, de repente, já é meio-dia.

Vou me dar mais esse fim de semana para cuidar da mente. Fazer alguns nadas, antes de voltar a me dedicar às coisas na minha checklist.

Tenho muitas coisas a fazer. Estou me preparando psicologicamente para isso. Quem sabe, mais tarde, eu comece a rascunhar o que preciso fazer. 

Algumas dessas coisas são bem repetitivas, operacionais, como fechar artes para impressão. Mas, é um trabalho necessário.

Tenho um trabalho de faculdade para fazer (não da minha faculdade, mas de alguém que me pagou para fazer), e também tenho uma nova identidade visual para criar.

Estou prometendo para mim mesmo que, segunda-feira será um recomeço. Me dei esse direito.

Vou ver se leio alguma coisa. Se continuo a leitura de "A morte é um dia que vale a pena viver", livro que está me fazendo muito bem, especialmente no esclarecimento sobre o processo de passagem dessa vida para a eternidade, fala sobre humanização do momento da partida. Pretendo escrever uma resenha sobre ele. Tenho várias marcações, destaques de "quotes" que me chamaram atenção.

Não estou esperando grandes coisas desse dia. Apenas que seja um dia sem más notícias. Um dia comum, estável. (Se vierem boas surpresas, serão muito bem-vindas).

Antes de ir, quero apenas registrar que, ontem, uma pessoa (mulher, preta, de Campos dos Goytacazes) zombou com um "Bem feito", em resposta a um comentário meu sobre ter tentado denunciar as postagens do "Pastor" André Valadão, falando sobre odiar a homossexualidade.

Eu pensei em várias formas de responder à zombaria dela, mas não queria atacá-la, afinal, não acredito que possamos vencer o ódio e a intolerância usando ódio e intolerância. Queria contra-argumentar usando a estratégia do amor (que deveria ser a base da fé cristã).

Falei que é lamentável alguém cuja ancestralidade foi ferida e doutrinada para ser subjugada por um "cristianismo europeu", hoje, se unir a eles para zombar de quem só quer ter o direito de existir, sendo quem é. Não é possível mudar nossa sexualidade. Deus nos fez assim. "É difícil pra vocês amarem a gente, né?", perguntei. Lamentável.

Eu ia falar que é impossível mudar sexualidade, assim como é impossível mudar a cor da pele, e que pelo mesmo motivo, muitos ainda são perseguidos, segregados, assassinados. Por serem quem são. Mas, eu preferi não usar esse argumento, pois não queria que ela se sentisse atacada. Não queria dar qualquer brecha para ela mudar o foco da conversa, como se eu estivesse sendo um racista.

Como se não bastasse, a bonita ainda respondeu, dizendo falas clichês como "Meu melhor amigo é gay", e dizendo que quem quer a extinção da espécie humana somos nós, já que não procriamos.

É triste demais ler esse tipo de ignorância.

Deu muita vontade de responder, mas não quero mais render esse assunto. Prefiro que ela pense que fiquei sem argumentos.

A verdade é que nós, LGBTQIAP+ não queremos impedir ninguém de ser hétero, de ter suas famílias, de serem felizes. A nossa existência não visa destruir a existência alheia. A gente só quer viver e ter o direito de ser feliz, do jeito que a gente é.

Eu poderia dialogar a apresentar vários pontos, sabe? Mas, prefiro me calar. Espero que a vida ensine esse tipo de gente. Deve ser alguém muito infeliz, pra não conseguir suportar a felicidade das outras pessoas.

Desejo que o amor de Deus a alcance, algum dia. O mesmo amor que me alcançou e me fez entender que a Bíblia, a Lei, sem amor, não serve de nada.

Por hoje é isso ;)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por comentar!
Não esqueça de deixar o link do seu Blog para que eu possa retribuir a visita, ok?!