Meu Deus... Cresci!

Gostaria de saber quem foi que acelerou o relógio da vida. Parece que foi ontem que eu me pegava brincando com meus amigos no quintal de casa, em meio a muita correria e gritaria. Quando o quintal não nos comportava, íamos para alguma rua sem saída. Dependia de com quem queríamos brincar. Se queríamos assistir a bons desenhos e jogar vídeo game, íamos para a Rua Beatriz (onde as crianças tinham tudo). Se precisávamos ensaiar nossos shows de "circo", íamos para a Rua Valéria, onde o meio-fio era mais alto e se transformava em palco para nossas artes. A Rua Vitória era mais escura, ou seja, o lugar certo para fazer coisa errada. Quando a vontade era de jogar queimada, rir de bobeiras e até arrumar confusão, o melhor era a "Travessa Dona Tereza". Era a rua mais povoada por crianças (Ê, povo pra ter filho!). Eram primos de amigos, amigos de primos, amigos de amigos... E todos se divertiam muito como amigos e também como rivais.

Como era bom!
E, como eu falei, parece que foi ontem. Só que o problema é que parece ter passado tão pouco tempo desde aquela época... Por esses dias eu estava dizendo a um amigo que fez 18 anos como funciona o processo de alistamento e recrutamento. Falei pra ele, baseado em como havia sido comigo quando minha vez chegou. Ele gravou um vídeo após ser dispensado e disse as seguintes palavras: "Não estamos mais no século passado! As coisas não são mais como eram há DEZ anos atrás!", e descreveu um processo totalmente diferente do qual eu passei. Por um segundo, eu ouvi o barulho da ficha caindo e pensei: "Cara, ele tem 18 anos, e eu 24! Eu me alistei em 2008, ou seja, há longos SETE anos atrás! Eu já sou um velho!". #Drama

Agora há pouco fui comentar no Blog de um leitor daqui que mencionou "Meninas Malvadas", por causa deste Post. No comentário, eu disse que gosto dos filmes com a Lindsay Lohan, desde que eu era criança. Na hora em que eu pensei em perguntar se ele se lembrava de "Operação cupido", eu parei, olhei para a Bio dele e li "17 anos". "Não... Ele não assistia a esse filme na 'Sessão da Tarde'", foi o que pensei. E, mais uma vez, a sensação de velhice bateu.

O pior é que eu olho pra algumas pessoas que, assim como eu, "não cresceram" e penso: "Tadinho... Esse tipo de gente que não se manca que não é mais adolescente. Parece que esqueceu de crescer". Seria isso "perceber o próprio defeito nos outros"? 'Sim', ou 'Com certeza'?!

O fato é que eu sempre gostei tanto de ser criança e minha adolescência também foi tão marcante (apesar de todos os conflitos), que eu não sinto como se tivesse toda a idade que eu tenho... Mais uma vez eu digo: "Parece que foi ontem!". Foi o tempo que acelerou, ou fui eu quem esqueceu de crescer?

É claro que eu tenho responsabilidades de adulto. Só que, antes de assumi-las, meu inconsciente pensa: "Sou tão jovem para estar assumindo esta responsabilidade!". Só que, cara, na verdade eu não sou! Estou na idade certa. Meu cérebro que me engana. Talvez porque naqueles cadernos de perguntas (meu Deus!) eu tenha escrito por diversas vezes que me casaria aos 21, moraria em Londres e teria 7 filhos, só que aos 24 eu estou solteiro, morando na casa dos meus pais, ainda concluindo uma Pós-graduação. Será que é por isso que eu tô perdido no tempo?

Eu ainda leio livros de ficção, e prefiro esse tipo de leitura do que os jornais ou livros daqueles - de adultos... (me refiro a eles como se eu não fosse um deles...) Mantenho um Blog sobre minha vida. Deve ser por isso que a maioria dos blogueiros com quem interajo tem, no máximo 21 (e, no mínimo 14).

Tô me sentindo tão retrógrado agora que parei para pensar nisso tudo! Será que eu deveria trocar meus tênis por um sapato social, minha mochila por uma pasta, meus livros de ficção por leitura histórica ou científica? Será que eu deveria parar de brincar de 'pique' com as crianças e deixar de ser a alegria delas nas festas de família? Tenho vários vídeos ensinando brincadeiras novas para elas durante as festas.

Será que eu tô em crise existencial?

Meu Deus!

Pena que a vida não é um filme onde 30 é a "idade do sucesso", e a gente pode ver como nada disso é verdade e voltar pros 13, onde tudo realmente valia a pena.



(Tô loko)

Até amanhã.

10 comentários:

  1. Tá Loko! Quantas questões! Me vi em uma porção delas, quando estou de folga ou vou pro inglês nada me faz mais feliz que pôr a minha camiseta do Homem Aranha e meu All Stars. é como se eu me senti-se EU.
    Só que por várias vezes eu me vejo com 23 anos tendo que ser adulto, responsável por um milhão de coisas e tendo que aparentar ser mais velho pra ter mais "credibilidade", nessas horas que dá vontade de trabalhar no Google! Hahah
    Brincadeiras a parte esse mundo de adulto é muito chato!

    ResponderExcluir
  2. Eu acho que já passei da fase desse tipo de conflito, porque, pra mim, a solução foi enxergar a complexidade das pessoas, do ser humano em si. Quer dizer, NINGUÉM é igual. Se a gente olhar para as crianças, vai ver que nem todas são espevitadas e hiperativas. Nem todo adolescente tem o mesmo tipo de comportamento, os mesmos gostos, nem as mesmas fases. Sei lá, as pessoas são muito diferentes. Por que existiria apenas essa representação do adulto boring que usa sapato social e lê sobre finanças? Na verdade, eu acho que nem conheço esse adulto na vida real. Talvez, seja coisa da ficção, que martela essa ideia na nossa cabeça. Talvez, não. Mas, enfim, o fato é que vc pode ser do jeito que quiser, sem paranóia, vc simplesmente faz as coisas das quais gosta de fazer e pronto. Se vc gosta de usar sapato social e ler sobre finanças, beleza, faça isso. Mas, se vc não faz, beleza também. Vc sempre vai encontrar pessoas iguais e diferentes de você, e isso é ótimo.

    Indo na contramão do mundo: Vida adulta >>>>>>>>>> Adolescência

    ResponderExcluir
  3. Olha, espero mesmo que os famigerados 30 sejam a idade do sucesso porque esses 20 são COMPLICADOS, né? Tudo porque a gente "não é mais adolescente" e teoricamente já perdeu o direito de ter todos esses conflitos mas... continua tendo, só que agora sem escola e com vida de gente grande.
    Também vivo me sentindo como você, e fico passada quando penso na idade que tenho. Absolutamente não me visualizo com 23. SOCORRO!

    Beijos!

    ResponderExcluir
  4. Doug, antes de começar meus típicos comentários-textão, preciso dizer: QUE SAUDADE DE LER SEUS POSTS! Caraca. Que saudade. Enfim.

    Me sinto assim também. Apesar de ter "só" 20 anos, me pego pensando, diversas vezes, que não me sinto com essa idade. Parece que minha ficha não caiu ainda. É bem como tu disse... Apesar de ter que lidar com responsabilidades de adultos, eu sempre me pego pensando que "OMG, não vou dar conta disso". Mas dou. E tudo acaba bem. Mas ainda não me sinto adulta.

    Só que acho que não devemos mudar, não. Continua com o tênis e os livros de ficção. Continua sendo a diversão das reuniões de família. Continua com essa alma de criança... Desde que consiga lidar com as responsabilidades de adulto sem prejudicar sua vida, não há problema nenhum em ter sempre esse espírito jovial.

    No dia que completei 20 anos, minha avó disse que se lembrava exatamente de como tinham sido seus 20 anos. E que ainda se sentia jovem de espírito, apesar do corpo cansado que dedura os 67 aninhos. Mas acho que vou ser assim também. Me imagino mais velha com esse mesmo espírito. E acho que não tem problema nenhum nisso.

    ResponderExcluir
  5. Super me identifico! Mas acredito que essa seja a realidade da nossa geração (que já passou dos 19/20), o tempo está voando mais rápido MESMO.


    Ou pode ser só a crise dos 25 - embora você tenha 24. rs

    Abraço, Doug!

    ResponderExcluir
  6. Completei 30 anos em maio e te digo uma coisa: é uma sensação muito estranha. É um misto de histeria, gratidão e também medo. Medo de ver que o tempo passa tão depressa e, ao mesmo tempo, às vezes parece que nada muda.

    Enfim!

    ResponderExcluir
  7. Eu não sei se rio ou se choro de ter descoberto esse post e me identificar com várias - senão todas - partes dele. Porque eu sempre tenho essa sensação quando algum aluno de onde trabalho vem conversar comigo e acabo soltando um "nossa, na sua idade..." ou me preocupando com coisas que não deveria, ou lendo algum chick lit (adoro).

    Tô eternamente em crise sobre tudo, então só deixo aqui um abraço de uma nova leitora! ;)

    ResponderExcluir
  8. Ler algo que está tão intimamente ligado com todos nós mas que no corre corre do dia-a-dia, deixamos passar despercebido é totalmente libertador e relevante. Texto extremamente conversável com qualquer púbico e o mais incrível é conhecer o autor, ser amigo dele e apaixonado por seu trabalho. Só uma coisa eu gostaria de ressaltar: é incrível, apesar de louco, pensar na possibilidade de 'voltar no tempo', como em 'De repente 30' e consertar nossos erros feitos no passado, mas a de contrapartida, é tão bom saber o que o presente nos dá e o futuro nos revela... É tão bom ver que, talvez, aos 24 anos, você pode achar o que procurou durante tantos anos... Algo profundo e verdadeiro.

    ResponderExcluir
  9. Se vc é jovem ainda, jovem ainda, jovem ainda... Amanhã velho será, velho será, velho será... A menos q o coração sustente a juventude nunca morrerá.

    ResponderExcluir
  10. Se vc é jovem ainda, jovem ainda, jovem ainda... Amanhã velho será, velho será, velho será... A menos q o coração sustente a juventude nunca morrerá.

    ResponderExcluir

Obrigado por comentar!
Não esqueça de deixar o link do seu Blog para que eu possa retribuir a visita, ok?!